quarta-feira, abril 13, 2011

A propósito do dia de hoje...

Você diz que quer morrer por amor mas não sabe nada sobre morrer nem sobre o amor.
(Tróia) 

                    

“É loucura odiar todas as rosas porque uma te espetou. Entregar todos os teus sonhos porque um deles não se realizou, perder a fé em todas as orações porque em uma não foi atendido, desistir de todos os esforços porque um deles fracassou. É loucura condenar todas as amizades porque uma te traiu, descrer de todo amor porque um deles te foi infiel. É loucura jogar fora todas as chances de ser feliz porque uma tentativa não deu certo.
Espero que na tua caminhada não cometas estas loucuras. Lembrando que sempre há uma outra chance, uma outra amizade, um outro amor, uma nova força. Para todo fim, um recomeço.” 
(O  Pequeno Príncipe)


sábado, março 26, 2011

Recapitular...Ambivalencia, um caminho que se bifurca

“O jogo de dois sentimentos que se entrechocam, olhando-se antagônicos, medindo e pesando vantagens e desvantagens entre si, presos a seus pontos de vista, é o responsável inúmeras vezes por muitas inquietações por parte de muitas pessoas. É o resultado de não conseguirem, por vários motivos, equacionar os problemas que repentina ou cumulativamente lhes batem à porta. E, então, ficam divididos pela dor do querer ou do não querer, o impulso de partir ou a necessidade de ficar, o imperativo apelo de escolher o sim ou o arrebatado desejo de optar pelo não, a vontade de gritar a palavra reveladora de muitos fatos ou o ímpeto de silenciar a voz que ousa manifestar-se...
E, como conseqüência, o sofrimento vai agigantando-se no peito, clamando por uma solução, pedindo um ponto final para as noites insones, para os dias sombrios independendo se o sol traça ou não o seu itinerário de luz no céu.
É quando muitas vezes vê-nos a confissão das idéias suicidas. O suicídio passa a soar-lhes como sinônimo de uma paz há muito perdida, o partir ao encontro da ameaça zero.
Mas, por outro lado, algo dentro deles clama pela ânsia de viver, pelo erguer-se dos escombros e é assim que passam a ver alguém que possa escutar suas angústias como a última tábua de salvação na qual buscam apegar-se, a esperança deste alguém ter o conselho certo para uma decisão que os poderá salvar, a promessa de um caminho que não os coloque diante de uma bifurcação de opções, como se permanentemente lhes indagassem: para a esquerda ou para a direita? Para o norte ou para o sul?
Milton Nascimento, numa das mais belas canções – Travessia – do repertório popular brasileiro, bem evidencia essa ambigüidade de sentimentos diante da vida e da morte quando canta: “vou fechar o meu pranto, vou querer me matar...”, contudo logo adiante o instinto de conservação, a energia positiva da qual todos somos portadores, numa retomada de posição enfatiza: “eu não quero mais a morte, tenho muito que viver...”
A responsabilidade no apoio às pessoas em estado de ambivalência incita-nos para a cautela, requer equilíbrio. Tudo importa nesse momento da relação de ajuda, desde a nossa sensibilidade na procura da captação dos sentimentos, até a naturalidade de nossa própria voz.
O estarmos do “outro lado” não nos confere autoridade para darmos conselhos, julgarmos e orientarmos. Entretanto, o nosso calor humano, a nossa disponibilidade, empatia, compreensão e aceitação poderão ajudar alguém a se conduzir para a escolha de um caminho de esperança, de renascimento e não de entrega, de desistência, de conformismo, de morte!!!"


Na minha memória, tão congestionada - e no meu coração - tão cheio de marcas e poços - você ocupa um dos lugares mais bonitos.

Repaginando este Blog... tão ambivalente quanto eu..

RECOMEÇAR...

terça-feira, junho 22, 2010

Repescado ! Fui ali...ao ano 2005

"Tudo o que é reto mente. Toda verdade é sinuosa. O próprio tempo é um círculo."(F. Nietzsche)

Pois é... lendo aqui e acolá...despenquei-me no passado do ano 2005 e repesquei a frase e aproveitei o ensejo para ler o respectivo post !

Mas na verdade...o que eu queria mesmo era curtir o 2010 e a goleada da portuguesada !!!  Pé de guerra familiar declarada! O filhote portuga está em vias de ser deportado do condomínio onde mora por estar a enfrentar os brazucas com bocas ao melhor estilo verde/vermelho. Enfim... coisas do futebol ...que para mim passa ao lado ou como a Terezinha Gui diria: isso não interessa nada...

Mas que foi giro...ahhh..isso foi ! :-)

Desde sempre... ou não ! Creio que sim ! :-)

segunda-feira, junho 14, 2010

Um encontro...gramatical.

Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador.Um substantivo masculino, com aspecto plural e alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. O artigo, era bem definido, feminino, singular. Ela era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Er...a ingénua, silábica, um pouco átona, um pouco ao contrário dele, que era um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos.O substantivo até gostou daquela situação; os dois, sozinhos, naquele lugar sem ninguém a ver nem ouvir. E sem perder a oportunidade, começou a insinuar-se, a perguntar, conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado e permitiu-lhe esse pequeno índice.De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro.Óptimo, pensou o substantivo; mais um bom motivo para provocar alguns sinónimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeçou a movimentar-se. Só que em vez de descer, sobe e pára exactamente no andar do substantivo.
Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela no seu aposento.
Ligou o fonema e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, suave e relaxante. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela.Ficaram a conversar, sentados num vocativo, quando ele recomeçou a insinuar-se. Ela foi deixando, ele foi usando o seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo.Todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo directo.Começaram a aproximar-se, ela tremendo de vocabulário e ele sentindo o seu ditongo crescente. Abraçaram-se, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples, passaria entre os dois.Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula.Ele não perdeu o ritmo e sugeriu-lhe que ela lhe soletrasse no seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, pois estava totalmente oxítona às vontades dele e foram para o comum de dois géneros. Ela, totalmente voz passiva. Ele, completamente voz activa. Entre beijos, carícias, parónimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais.Ficaram uns minutos nessa próclise e ele, com todo o seu predicativo do objecto, tomava a iniciativa. Estavam assim, na posição de primeira e segunda pessoas do singular.Ela era um perfeito agente da passiva; ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular.Nisto a porta abriu-se repentinamente.Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo e entrou logo a dar conjunções e adjectivos aos dois, os quais se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas.Mas, ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tónica, ou melhor, subtónica, o verbo auxiliar logo diminuiu os seus advérbios e declarou a sua vontade de se tornar particípio na história. Os dois olharam-se; e viram que isso era preferível, a uma metáfora por todo o edifício.Que loucura, meu Deus!Aquilo não era nem comparativo. Era um superlativo absoluto. Foi-se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado aos seus objectos. Foi-se chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo e propondo claramente uma mesóclise-a-trois.Só que, as condições eram estas:Enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria no gerúndio do substantivo e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia transformar-se num artigo indefinido depois dessa situação e pensando no seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história. Agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, atirou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.

Regresso...no tempo...

Vamos regressar ao ativo?
Tentarei...
Promessas...já vi este filme antes...

quinta-feira, outubro 01, 2009

O 'regresso' de DUKKHA - meu antigo nick...

Muitas vezes a primeira Nobre Verdade proferida por Buda Shakyamuni após sua iluminação é traduzida como "A vida é sofrimento", ou "Existe sofrimento", sempre indicando a natureza sofrida da vida. Em um primeiro momento esse ensinamento pode parecer demasiado pessimista e deprimente.

Mas isso se deve à tradução simplista do termo, na verdade a primeira Nobre Verdade diz respeito à dukkha, que não tem uma tradução literal, mas sim é todo um conjunto de idéias.

De uma maneira geral, dukkha diz respeito ao nosso condicionamento de vida dentro de experiências cíclicas, onde nos alternamos entre boas experiências (felicidade) e más experiências (sofrimento). Todos os seres buscam a felicidade e procuram se afastar do sofrimento, no entanto nessa busca de felicidade e dentro da própria felicidade encontrada estão as sementes de sofrimentos futuros.

Podemos pensar da seguinte maneira: sofremos porque não temos algo; sofremos porque conseguimos algo e temos medo de perder; sofremos porque temos algo que parecia bom, mas agora não é tão bom assim; e sofremos porque temos algo que queremos nos livrar e não conseguimos. Podemos ver então que mesmo que tenhamos sucesso na nossa experiência de felicidade, ela mesmo pode se tornar causa de uma experiência de sofrimento.

Além disso, as experiências são impermanentes, as idéias, os conceitos, os pensamentos, todos são impermanentes, mudam. Por isso dentro da experiência de felicidade existe a causa de uma experiência de sofrimento, pois ela também é impermanente e irá mudar.

Então, dukkha representa todo esse ciclo, e a insatisfação que nunca será saciada enquanto seguirmos esse ciclo.


Fonte: Wikipédia

terça-feira, setembro 22, 2009

Bolas para a crise...



Pois é verdade... mais uma crise...

...só assim é que eu coloco os pés aqui no meu abandonado blog. Aliás, pés não, deditos! Só lembro deste coitado quando surge mais uma crise de ambivalência e desde 2002 que ando nesta 'moda' em consciência, claro! Pois, mas o 'coistado' do blog precisa ser tratado...andei a tratar de outras coisas e deixei de lado o que era meu. Enfim... eu que ature as minhas ambivalências e isso de andar pendurada na net já não é a minha praia. Não me identifico com esta paranóia dos outros, mas gosto de pesquisar, de cuscar, de ver as montras e de ver como anda o mercado. Resumo... tudo continua na mesma é a minha conclusão, sendo assim, vamos produzir e aproveitar o que de melhor há !

Ora bem... para variar...escrevi muito e não disse nada! Pois claro ! Se estamos em crise...de ambivalência...não há nexo nem concordância nas palavras.
Coitado do VL...vai ter de se empenhar mais desta vez a 'curar-me' kkkkkkk meu amado e eterno guru!

Como apenas disponho de uma hora por dia para navegação...bem... encontrei esta reportagem abaixo para começar a 'postar' alguma coisa de acordo com a origem da crise de ambivalencia. Nada fora do normal que alguém ainda não saiba, mas...está aí.
Para já... EU VOU ! :-)

Redes sociais capazes de «envenenar» relações



Estudo revela que Facebook cria ciúmes e aumenta tensão entre casais.

Que ‘a curiosidade matou o gato’ já se sabia. Porém, a curiosidade aliada às redes sociais que proliferam na Internet pode contribuir para ‘matar’ as relações. Um estudo do Departamento de Psicologia da Universidade de Guelph, no Canadá, revela que o Facebook pode provocar situações graves de ciúmes


O funcionamento da maior parte das redes sociais – como Facebook, Hi5, Myspace, Netlog, etc. – é quase sempre semelhante e implica uma actualização frequente de cada participante que no seu espaço é impelido a colocar, entre muitas coisas, fotografias, imagens, dados pessoais, interesses, partilhando-o com ‘amigos’ que podem ver e comentar essas informações. Porém, esse fluxo contínuo de informação desperta a curiosidade e pode levar a más interpretações.

"O Facebook permite o acesso a informação a que de outra forma não acederíamos e essa informação carece muitas vezes de contexto", explica Amy Muise, uma das autoras do estudo. É que um comentário banal sobre o perfil de um participante feito por um contacto do sexo oposto pode despertar a suspeita no seu parceiro que passa a acompanhar aquela página, qual espião, só para encontrar mais informações.

As redes sociais acabam assim por expor os seus participantes ao que a investigadora considera serem “detonadores de ciúmes” já que se vêm envolvidos numa “espiral de desconfiança”. O estudo, que envolveu 308 estudantes universitários entre os 17 e 24 anos, mostrou que os sentimentos de insegurança sobre o parceiro podem causar comportamentos curiosos sendo o Facebook o acesso fácil a essa informação.

Privacidade

Um grupo de cinco utilizadores do Facebook na Califórnia apresentou este mês uma acção contra a rede social, alegando que viola as leis de privacidade daquele estado ao divulgar informações pessoais sobre os seus participantes sem os informar devidamente.

Não é a primeira vez que o Facebook está a enfrentar queixas ou críticas pela forma como lida com dados privados, o que levou a empresa no início deste ano a alterar as suas regras de utilização, dando aos utilizadores mais controlo sobre a sua privacidade.


Comentários
Klaudya TH, em 2009-09-22 às 12:19, disse:
Pois...como costumo dizer... quem entra na chuva é para se molhar! Melhor curtir cada gota molhada que cair no seu corpo... isso é ter inteligência emocional e , já agora, qdo não quiser mais curtir a chuva...sair debaixo dela antes de parar...ficar na janela a olhar a chuva também é gostoso e...já está seca e já curtiu o que devia curtir. Tudo tem o seu tempo e a sua hora !

Maria, em 2009-09-10 às 22:25, disse:
Este tipo de sites compensa quem não tem na realidade amigos, hobbys e coisas com verdadeiro interesse para ocupar o tempo. Se apanharmos alguém interessante é bom acompanharmos o seu trabalho, quando exposto, caso contrário os diálogos ficam pelo AH!AH!AH!, EH!EH! etc... típicos de mentes brilhantes.

Amélia Resende, em 2009-09-01 às 03:16, disse:
Importante e esclarecedor este estudo.Estou completamente de acordo com o último comentário.É o "tricot" da net,precisamente as tais redes sociais.

Lénia, em 2009-09-01 às 02:13, disse:
bem quanto há minha opinião, posso dizer-vos que tenho mais que uma rede social, mas tal como o Luís Brissos, afirmou, as pessoas é que não sabem utilizá-las devidamente, é uma verdade, concordo com ele. Eu posso ter imensas redes e não são elas que me alteram a minha atitude, amo imenso o meu amor, e não é por ter mais de 12 sites sociais, que vou traír.
Agora uma coisa eu digo-vos:
Qual é o amor verdadeiro que traí?
Será isso amor? Ou será atracção, quando se traí, ou será interesse, ou química?
Eu tenho imensos sites sociais e revelo zonas de Turismo, para as pessoas visitarem, e rever amigos de muitos anos, mas confesso que vejo imensas pessoas críticas e sem amor próprio, e que nem sabem o que é o Amor, e isso eu fico triste, porque não existe respeito em sites sociais, pelos mais novos, não existe bom senso, nem boa educação.
Por isso digo-vos nada melhor que criar um blog em sites sociais ou jornais, e escrever com amigos, e pessoas de bem.
As pessoas que traíem em sites sociais são pessoas que não sabem amar, não sabem respeitar e nunca tiveram uma boa educação, porque eu em sites sociais, escrevo com amizades que se eles não me respeitarem bloquei-os logo, e se tiverem segundas intenções nem conseguem mais dialogo comigo.
Vivam o presente e saibam melhor o que é a vida, com quem amam, e não se esqueçam de dialogar mais com quem amam, porque isso e a fraternidade e comunicação e respeito e bom senso é um caminho para a felicidade e entre os 2, ou o casal, não são sites sociais q vão alterar as pessoas, só se elas forem influênciadas e não tiverem personalidade própria, nem forte como eu tenho, e serem sempre vencidos e não vencedores.
boa semana para todos, e espero que concondem comigo.

Anita Vilar, em 2009-08-31 às 16:27, disse:
Na verdade, em relação a isto, tive uma experiência que considero interessante. Parti um pé e ao fim de 1 mês de gesso e imobilidade e, embora tenha aproveitado para pôr a leitura em dia, confesso que já estava um pouco cansada e uma amiga aconselhou-me entrar numa dessas redes. Creio que hoje tem o nome de Netlog. E entrei e o que encontrei impressionou-me vivamente. Gente só, insegura, com relações afectivas pouco compensadoras, onde o diálogo não existia, relaçoes perturbadas, procura de emoções; também era uma feira de vaidades onde publicavam poemas e textos, poucos com real qualidade, mas onde se adulavam mutuamente, mas em que as pessoas paceriam contentes. Também era usado com a finalidade de gerar ciúmes ou de dizerem ao outro que algo estava mal, porque muitas pessoas, subconsciente ou conscientemente deixava "sinais" para que o outro pudesse ir ver e ler o que lá estava.Fui saneada, porque decidi falar de coisas "mais sérias" e consegui uma pequena rede de jovens com os quais trocava ideias culturais e politicas. Um dia não me deixaram entrar. Acusação: tinha publicado uma imagem pornográfica! que era um quadro de Picasso, uma Maternidade, um quadro belissimo! Tb tinham cortado esses jovens! Para eu voltar, teria de me retratar! segundo os responsáveis portugueses que me informaram que tinham sido os responsáveis americanos pelo site!!! Claro que não voltei nem me retratei. Portanto, o que se pretende desses sites é mesmo redes sociais de "amizade", voieurismo e as pessoas que lá andam sabem disso, em geral. Não sei como estão esses sitios actualmente, porque já lá vão 3 anos!
Acho o estudo interessante.

luis brissos, em 2009-08-31 às 12:26, disse:
Este tipo de estudos não são pioneiros, e quanto à parte de serem cancelados eu discordo, as pessoas é que não sabem utiliza-las correctamente...e já agora onde é que posso obter esse estudo?

Daniela, em 2009-08-31 às 12:06, disse:
ninguém é obrigado a criar uma página nestas redes sociais. Só tem pagina no hi5 e facebook quem quer... não queres problemas, não uses ou então se já usas, apaga!!

Dina, em 2009-08-31 às 11:35, disse:
Concordo plenamente. É triste verificar que se acaba por escrever a alguém coisas que nem se sente verdadeiramente mas que, num momento menos forte ou mais infantil, deixou sair... E as palavras ficam escritas, no facebook e na memória de quem ama essa pessoa; para sempre...
Acabem com estes supostos caminhos para a "amizade"... Os dias cada vez estão menos verdadeiros à conta deste meios na internet...

Alexandre Moleiro, em 2009-08-30 às 13:22, disse:
O que não deixa de ser curioso é logo abaixo do título do artigo existir um botão para partilhar este artigo nas "redes sociais". Botão que acabei de usar!

Tim, em 2009-08-30 às 12:56, disse:
Concordo Daniel. Até porque normalmente o que acontece, numa relação em que está instaurado o "conflito redes sociais", é que um dos indivíduos acha (ou não quer admitir) que os cíumes da outra pessoa são infundados. Mais tarde quando o caso vira ao contrário, esse indivíduo tem uma explosão de cíumes ainda pior. Concluindo, estas "redes sociais" têm um impacto complexo nas relações interpessoais. E esse impacto é contínuo, e vai escavando na mente do indivíduo. Razões mais que suficientes para que se tenha realizado este estudo, e para que se divulgue este problema. Problema esse que agora começa a afectar não só a "juventude", mas os pais também, que entretanto foram aderindo.

Daniel, em 2009-08-28 às 16:42, disse:
sinceramente acho que estes sites deviam eram ser fechados. só criam problemas entres casais e entre muitas outras coisas. esses sites devem é ser fechados, para evitar divorcios e más relaçoes ou ate conflitos.

Isabel Quelhas Ribeiro, em 2009-08-28 às 15:37, disse:
Concordo!!!!

Tim, em 2009-08-28 às 11:47, disse:
Curioso este estudo do Departamento de Psicologia da Universidade de Guelph. Que apesar de grande parte dos indivíduos já terem percebido (ou deviam), a forma como estas "redes sociais" afectam as relações interpessoais, conseguiu objectivizar e definir (muito bem) o problema: "detonadores de cíumes" e "espiral de desconfiança". Falta adicionar a este facto, a completa inutilidade que é para a Internet os sites de "redes sociais". Em vez de utilizarmos esta grande "teia" que é a Internet para procurar informação preciosa sobre assuntos que nos interessam, andamos a "coscuvilhar" informação que se adquire na compra de revistas "cor-de-rosa".

quarta-feira, abril 01, 2009

QUALIDADE DE VIDA !


Hoje comemoro um ano de vitória! Vitória, por ter tomado uma decisão certa no momento certo ! Alguns consideraram que , num momento de crise como estamos, mais valia o meu esforço de suportar , levantar e continuar com a minha ‘prisão’ profissional ! Após os prós e contras … a balança pendia para manter-me bem profissionalmente, porém… o peso do meu coração, o peso dos meus princípios e , acima de tudo, o peso da minha sanidade mental, fizeram com que esta decisão fosse uma das minhas mais acertadas dentro de tantas que percorrem as nossas vidas no dia a dia.
Ao ler hoje este texto que abaixo compartilho com todos, lembrei-me deste dia e caros amigos e amigas… se podem…façam!
A minha opção :
''DOWNSHIFFITING'' não dói nada, muito pelo contrário… enaltece o nosso tempo de qualidade e é isso que importa !
O nº 10 é o meu favorito ! Já não tinha tempo…mas agora…nada como começar o dia com o nosso famoso : ‘’Abraço Tosta Mista ‘’ » abraços e beijos bem apertados…na cama…a brincar e a dizer um ao outro : ‘’Um dia feliz para ti mãe…um dia feliz para ti, filhote!’’
Caso contrário…encontrem aqui o vosso tempo de qualidade…
Por vezes, as nossas vidas estão tão preenchidas pelo emprego, objectivos pessoais, rotinas diárias e com o facto de querermos mudar o mundo, que acabamos por passar muito pouco tempo com os nossos filhos. E embora isto possa parecer um cliché, a verdade é que o nosso tempo com eles é tão limitado e passa tão depressa que, se não dermos por ela, podemos perder grande parte da sua infância. Por isso mesmo, juntamos 10 ideias simples para passar tempo de qualidade com os seus filhos – seja um ou cinco! Este é um investimento que vale a pena…
1. Marque um encontro. Marque um encontro semanal com cada filho, para assegurar que tem algum tempo de qualidade com cada um. Podem escolher em conjunto que actividade vão fazer ou então deixe a criança decidir.
2. Hora de leitura. Esta é uma excelente actividade para fazer com a pequenada e uma óptima maneira de incutir hábitos de leitura. Para além disso, é fácil ler-lhes uma história todas as noites, mesmo quando chega a casa mais tarde.
3. Fale com eles depois do trabalho. Quando chegar a casa, em vez de se sentar no sofá a ver televisão ou ir logo para o computador, faça o esforço, sente-se com os miúdos e conversem sobre o vosso dia. Se tiver bom tempo, porque não fazerem uma caminhada antes do jantar?
4. Joguem aos “altos e baixos”. Durante a hora do jantar, cada pessoa fala do ponto alto e do ponto baixo dos seus respectivos dias. É uma excelente maneira de envolver toda a família na conversa e de saber o que se passa na vida de cada um.
5. Trabalhem num projecto comum. Em conjunto com o seu filho(s) escolham um projecto no qual vão participar os dois: pode ser montar um avião modelo, ensiná-lo a jogar xadrez ou basquetebol, ou ainda lerem a colecção inteira dos livros do Harry Potter em voz alta um ao outro. Para além de ser uma valiosa lição no que toca a começar e a terminar um projecto, podem fazer coisas muito divertidas.
6. Brincadeiras divertidas. Não tenha receio nem vergonha de brincar com os seus filhos – vejam cartoons, divirtam-se com jogos de mesa ou videojogos, construam um forte, façam uma peça de teatro, tenham uma batalha de almofadas, brinquem aos super-heróis. No entanto, não espere que a pequenada brinque ao seu nível, terá de descer ao deles.
7. Fale com as crianças no carro. Quando o tempo é pouco, aproveite as viagens que faz com os miúdos para a escola ou para as aulas de inglês para porem a conversa em dia.
8. Reunião de Família. Esta pode ser semanal ou quinzenal e, embora não seja exclusivamente passada com as crianças, pode ser muito útil para falarem de determinados assuntos em família, para se certificarem que conseguem reunir toda a gente para jantar e até para planear o Dia da Família.
9. Dia da Família. Deve haver um dia da semana inteiramente dedicado à família – pode ser uma noite de quarta-feira com pizzas e DVDs para verem em conjunto ou então um sábado, onde planeiam uma actividade divertida para fazerem todos juntos.
10. Abraço forte. Quando não tem, nem vai haver tempo, não há nada como colocar aqueles traquinas de palmo e meio no seu colo e simplesmente abraçá-los… seja carinhoso e deixem-se estar. Este tipo de intimidade é muito importante e deve ser aproveitada enquanto os miúdos são pequenos, porque há-de chegar o dia em que já não vão querer dar abraços aos pais… ou pelo menos tantos.

terça-feira, março 17, 2009

SOULMATE

Soulmate lyrics »» Natacha Bedingfield

Incompatible, it don't matter though'cos someone's bound to hear my cry
Speak out if you doYou're not easy to findIs
it possible Mr. LoveableIs already in my life?
Right in front of me
Or maybe you're in disguise
Who doesn't long for someone to hold
Who knows how to love you without being told
Somebody tell me why I'm on my own
If there's a soulmate for everyone
Here we are again, circles never end
How do I find the perfect fit
There's enough for everyone
But I'm still waiting in line
Who doesn't long for someone to hold
Who knows how to love you without being told
Somebody tell me why I'm on my ownIf there's a soulmate for everyone
If there's a soulmate for everyone
Most relationships seem so transitory
They're all good but not the permanent one
Who doesn't long for someone to hold
Who knows how to love you without being told
Somebody tell me why I'm on my ownIf there's a soulmate for everyone
Who doesn't long for someone to hold
Who knows how to love you without being told
Somebody tell me why I'm on my own
If there's a soulmate for everyone
If there's a soulmate for everyone

quinta-feira, março 12, 2009

FENG SHUI




Antiga arte chinesa, o Feng Shui privilegia a organização sublime dos espaços para permitir um maior fluxo das energias que, por sua vez, podem trazer resultados positivos às nossas vidas. De mãos dadas com a decoração, esta prática pode ser aplicada em toda a casa ou numa só divisão, naquela onde mais necessita de energia positiva! De A a Z, tem aqui o essencial para começar a pôr o Feng Shui a trabalhar para si!


A - Ar

O ar que circula nas nossas casas é tão importante como aquele que respiramos. Todos os dias, abra as janelas durante pelo menos 20 minutos, para permitir a entrada de energias exteriores. Pode ainda comprar purificadores de ar ou plantas que tenham o mesmo efeito.
B - Ba-Gua

A grande “ferramenta” do Feng Shui, o Ba-Gua é um mapa octogonal (muitas vezes adaptado a quadrado) que o vai ajudar a orientar o fluxo de Chi (ver abaixo) na sua casa. Parece estranho? Não é! O Ba-Gua divide qualquer casa ou divisão em nove espaços onde se concentram as diferentes energias. De pé na sua entrada e de costas para a porta encontra: Carreira (no centro da zona frontal), Relacionamento, Antepassados, Riqueza, Saúde, Pessoas que Ajudam (para o lado direito), Crianças e Conhecimento (para o lado esquerdo) e Fama (na zona de trás). Tudo aquilo que estiver a acontecer nesses espaços, sejam boas, sejam más energias, vão-se reflectir nas áreas correspondentes da sua vida.
C - Chi

Feng Shui significa "vento e água", sendo que a energia move-se com o vento e acumula na água. O Chi, por sua vez, é a componente principal do Feng Shui, ou seja, aquela que precisa de se mover livremente para permitir a entrada de energias positivas numa casa. O Chi é uma força da vida e o Feng Shui é uma forma de a colocar na nossa direcção e a trabalhar em nosso favor.
D - Direcções

Vamos buscar as energias a oito direcções diferentes, cada uma com o seu elemento natural e especificidades próprias: Norte (Água), Nordeste (Montanha), Noroeste (Céu), Este (Trovão), Oeste (Lago), Sul (Fogo), Sudeste (Vento), Sudoeste (Terra). O centro que une todas as direcções é a energia “Chi”, a mais potente de todas as energias.
E - Elementos

Existem 5 elementos básicos com significados próprios, sendo que cada um corresponde a uma parte da casa: Árvore/Madeira (Energia Ascendente – Antepassados e Riqueza); Solo (Energia Descendente – Relacionamento, Conhecimento e Saúde); Fogo (Energia Activa – Fama); Metal (Energia de Reunião – Crianças e Pessoas que Ajudam); e Água (Energia Fluida – Carreira).
F - Fogo

O elemento que representa a paixão e a energia activa. A existência harmoniosa deste elemento (nas zonas Sul, Nordeste e Sudoeste) traz energias de apoio para a carreira, ajudando-o a atingir o reconhecimento que deseja. As cores associadas ao fogo são o vermelho, laranja, amarelo forte, púrpura e cor-de-rosa.
G - Gostos pessoais

O Feng Shui não se resume aos 5 elementos e às suas cores mais influentes, mas também precisa do toque personalizado de quem habita a casa! Rodeie-se de coisas bonitas, de coisas que lhe fazem bem só de as ter por perto, de as ver e de as tocar… mas sem montar uma autêntica feira!
H - História

Praticado na China há mais de sete mil anos, o Feng Shui era utilizado para orientar as pessoas no sentido de atingirem aqueles que são considerados os grandes objectivos da vida – saúde, riqueza e poder. Tudo isto era conseguido através da organização eficiente das suas casas. No entanto este foi, durante anos, um segredo muito bem guardado entre imperadores e aristocratas.
I - Intuição

Abraçar o Feng Shui requer algum conhecimento, mas também uma boa dose de intuição. Ao querer aplicar os princípios desta arte na sua casa, há que ter a mente aberta e não ter medo de experimentar e alterar disposições, objectos e cores até se sentir realmente bem… ou como quem diz, realmente invadido por energias positivas!
J - Jardim

Não se esqueça do jardim, afinal, é ele que faz a ponte entre a natureza e o seu lar. Se tiver jardim nas traseiras e na parte da frente da casa, não descure um em detrimento do outro, mas procure mantê-los equilibrados e em sintonia. Não coloque plantas com picos no jardim da frente, nem junto da porta, que são locais de boas-vindas. Em vez de rectos e estruturados, os caminhos devem ser curvados para que a energia possa fluir mais facilmente. Tente incorporar os 5 elementos: à árvore e o solo já lá estão, por isso, basta adicionar um lago ou fonte (água), um espanta-espíritos ou cadeiras (metal) e uma churrasqueira (fogo). Faça questão de semear flores e plantas em cores vivas e atraentes que, sendo apreciadas por aqueles que passam, vão atrair energias positivas para o seu lar. No entanto, mantenha o jardim sempre limpo e livre de plantas e folhas mortas. Se viver num apartamento, coloque canteiros e vasos nas janelas e/ou varandas. L - Luz

Outra fonte de energia essencial é a luz e quanta mais luz natural tiver, melhor! Relativamente à luz artificial, combine-a com os espaços em questão – candeeiros aconchegantes para o quarto ou uma luz abrangente para o escritório. As velas também são recomendadas, desde que não possuem toxinas.
M - Mobília

Deve existir um espaço de cerca de 90 cm entre a disposição das diferentes peças de mobiliário, para permitir o fluxo contínuo de energia. As camas devem ser encostadas a uma parede, para que tenha um forte apoio por de trás de si e devem ser elevadas para permitir a circulação de energia também por baixo. No quarto de crianças evite os beliches. Disponha a mobília para que nunca esteja de costas para a porta.
N - Não

Alguns dos tabus no Feng Shui incluem: não colocar o fogão na zona Noroeste da casa (significa “fogo no céu” e que um homem da casa poderá ser vítima de um ataque cardíaco); não tenha escadas abertas (significa a perda de riqueza); não plante uma árvore directamente em frente à sua casa (significa que pode reduzir o número de boas oportunidades que lhe possam bater à porta).
O - Organização

Não há palavra mais importante na filosofia Feng Shui do que a organização. O acto de escolher, deitar fora ou arrumar todos os objectos e “tralhas” que tem espalhadas pela casa é meio caminho andado para a criação de um espaço harmonioso e com energias claras. Muita confusão atrai energias negativas o que, por sua vez, esgota não só as suas, como também diminui o seu bem-estar geral e clareza de mente.
P - Princípios

São necessários vários anos de estudo e de experiência para dominar todos os princípios do Feng Shui que, para além de algumas escolas de pensamento, atinge diversos níveis, com técnicas mais e menos complicadas. À medida que vai descobrindo esta arte, vai tropeçar em nomes e conceitos tão invulgares como “Estrela Voador”, “Gua/Trigrama da Vida”, “Direcções Cardeiais”, “Bússola”, “As 8 Mansões”, entre outras.
Q - Quero mais!

Ainda não chegou ao fim do artigo e já está entusiasmado? Ainda bem! A tendência é para ficar ainda mais e há uma enorme oferta para quem quiser estudar a fundo esta arte – de livros, a cursos e workshops, até já existe a profissão “consultor de Feng Shui”!
R - Restantes Elementos

Água – Representa a descontracção, a frescura e a abundância. A existência harmoniosa deste elemento (nas zonas Norte, Este e Sudeste) traz energias calmas, descontraídas, puras e frescas, sendo ainda um símbolo de abundância. As cores associadas à água são o azul e o preto.
Árvore (Madeira) – Representa a saúde e a vitalidade. A existência harmoniosa deste elemento (nas zonas Norte, Este e Sudeste) traz energias calmas, descontraídas, puras e frescas, sendo ainda um símbolo de abundância. As cores associadas à árvore/madeira são o verde e o castanho.
Metal – Representa a claridade e a precisão. A existência harmoniosa deste elemento (nas zonas Este, Sudoeste e Sul) traz energias ligadas à saúde, à vitalidade e ao crescimento, sendo ainda um símbolo de riqueza e prosperidade. As cores associadas ao metal são o cinzento e o branco.
S - Solo

O elemento que representa a alimentação e a estabilidade. A existência harmoniosa deste elemento (nas zonas Centro, Nordeste e Sudoeste) ajudá-lo-á a conseguir a protecção, a estabilidade e a alimentação necessárias para todos os seus relacionamentos. As cores associadas ao solo são o amarelo claro, castanho e bege.
T - Triângulo

As zonas mais importantes da casa – porque estão intimamente ligadas à saúde e ao bem-estar – concentram-se no triângulo entrada-cozinha-quarto. A entrada de uma casa é a “boca do Chi”, ou seja, aquela que recebe e distribui toda a energia. Deve ser um espaço bonito e limpo, sem pilhas de correio, sapatos e casacos (aliás, os armários da entrada devem conter apenas vestuário e objectos sazonais em uso!). O estado da sua cozinha determina o estado da sua saúde, por isso, mantenha este espaço limpo (incluindo todos os electrodomésticos, armários, gavetas e panelas) e organizado. Se puder, substitua todos os detergentes “normais” (muitos químicos) por “naturais” (sem químicos). Enquanto refúgio natural e local de descanso por excelência, é no quarto onde o ambiente deve estar mais arrumado, ou seja, nada debaixo da cama, armários impecáveis e sem roupa e outras coisas amontoadas e que não usa há séculos. O mais importante é retirar objectos que distraem visualmente e em termos energéticos – televisão, equipamento de ginástica, computador…
U - União

O pilar base do Feng Shui é a união entre as forças da natureza e o Homem. As energias que existem no Universo, na natureza e nos objectos podem ser aproveitadas para equilibrar e melhorar as nossas vidas, simplesmente pela eficaz organização do nosso lar.
V - Verde

As plantas e as flores dentro de portas também são permitidas e o Feng Shui dita que purificam o ar e emprestam luminosidade a qualquer ambiente, desde que não sejam cactos ou tenham muitos picos! Se quiser uma planta no quarto, coloque-a longe da cama.
W - WC

Para além de impecavelmente limpo (louças, superfícies, vidros, chão, espelhos, luzes, cortinas, tapetes...) e ordenado (armários e gavetas que nao estejam a abarotar!), o WC não deve ter qualquer avaria (sanita, torneira que pinga, azulejos rachados, lâmpadas fundidas...). Troque frequentemente as toalhas e não faça da casa de banho a lavandaria! Tanto a tampa da sanita como a própria porta da casa de banho devem estar sempre fechadas para impedir a entrada de energias negativas.
X - Xtra, xtra!

Para aguçar a curiosidade, alguns dados extra: existem vários locais públicos que foram decorados com Feng Shui a pedido dos seus proprietários e com o objectivo de atrair prosperidade – Trump Towers (Nova Iorque), MGM Grand Hotel (Las Vegas), Universal Studios (Hollywood) ou Disneylândia de Hong Kong. Madonna, Oprah Winfrey e Britney Spears são apenas três dos muitos famosos que já integraram o Feng Shui nas suas casas e nas suas vidas.
Y - Yin e Yang

Uma filosofia que contempla duas forças complementares em que uma (yin) é tida como passiva, fria e escura; e a outra (yang) é activa, quente e luminosa. As duas estão presentes em tudo aquilo que nos rodeiam, onde proporcionam o equilíbrio, mas também a mudança. No Feng Shui, o equilíbrio é muito importante e, na decoração (seja na escolha das cores ou no número de objectos colocados em cima de uma mesa) a regra é nem de mais, nem de menos.
Z - Zen

Seja a casa inteira, o jardim, o terraço ou apenas o seu quarto, desfrute do ambiente Feng Shui que criou e faça questão de chamar todas as energias positivas para dentro da sua vida!
Crédito informativo » EU DECORO - site de decoração !

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

A propósito de...harmonia





Por razões profissionais, acabei por envolver-me em filosofias de vida do ponto de vista asiático. Uma leitura aqui outra acolá e começamos a tentar colocar uma adaptação do Feng Shui à moda ocidental. Os estudiosos à séria invocam o Feng Shui original baseado em X, Y e Z e outros simpatizantes apoiam a teoria e por sua vez a prática de W, N e outra coisa qualquer…
Alguma coisa relacionada a esta questão , confesso, veio de encontro a certas necessidades de poder acreditar em algo ou simplesmente para sentir ‘agarrada’ a outro algo em que acreditamos.
Depois de várias teorias colocadas em prática, tais como, determinadas cores, certos objectos, posicionamentos dos pertences e da própria planta do espaço vejo-me perante uma deliciosa novidade que até mesmo deu origem a outro blog : o Jardim Zen
Quando perguntavam-me o que seria um jardim zen, não conseguia definir com a exacta palavra , com o exacto sentido que fizesse com que o outro interlocutor sentisse também, por meu intermédio, exactamente aquilo que deveria significar.
Netnavegando por entre palavras e páginas alheias, deparei-me com esta definição, a qual agradou-me imenso e passo a citá-la:
‘’Por outras palavras, se me pedissem, agora, uma definição de “Jardins Zen”, eu diria que é um espaço onde projectamos a nossa atenção e onde a nossa alma vagueia, sem direcção definida, sem um espaço em concreto, como se flutuasse no tempo, no espaço, no cosmos, bem longe daqui…’’

Sendo assim, recomendo…faça o seu Jardim Zen ou adquira um nos espaços comercias desta área .

Por falar nisso…tenho de tratar do meu…com esta chuva e vento…tenho de colocá-lo em outra harmonia interna.

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Se porventura fosse um animal penso que seria uma águia, mas a não é esta a questão a ser colocada...sim...se eu fosse ''um lugar'' este lugar deveria ter muita água, muito verde, muita terra. E, já agora...muito sol, pois isso de invernos não combina muito com a minha ambivalência. Isso vem a propósito das noites em branco...sempre! Desde que tenho consciência de quem sou (?) estou sempre acordada durante a madrugada: a ler, a comer, a pensar, a sonhar, a ''olhar-te'', a irritar-me prq quero dormir e as horas correm... e, quando dou por isso, já começo a ouvir alguns dos barulhos da madrugada, tais como , o camião da recolha do lixo ou os saltos de alguém mais apressado ( nem todos são adeptos do downshifting ).
Isso é a propósito do livro do Lobo Antunes: '' Arquipélago da Insónia'', pois como o próprio nome diz...está aí a minha definição de que se eu fosse ''um lugar'' : um arquipélago da insónia ! Uma ilha sem sono não era suficiente para mim...

terça-feira, janeiro 20, 2009

YES, WE CAN !!


E já temos um novo inquilino…Achei emocionante a entrada na avenida Pensilvania…
Enquanto via as imagens as perguntas de todos os comentadores em todas as línguas desde a SIC Internacional, à CNN, à TVE , à TV Recorrrrrd rsrs, etc etc, com sotaque ou sem sotaque, tudo pairava ao mesmo: primeiras dúvidas…seriam as expectativas infundadas? Quanto tempo vai durar este…’amor’ ? A cobrança não tardará…
Não se tratou de apenas uma mera substituição de poder, mas sim de uma época que termina e que dá início a outra. Lembro-me de ter visto algo nesta mesma conotação, aquando da eleição do presidente do Brasil, o Lula. Sentiu-se a expectativa da cobrança do prometido, da resolução de uma esperança perdida no tempo… um operário do povo no poder? Que conquista soberba!!! Um afro-americano no poder? Que conquista soberba!!! Mesmas questões, mesmas dúvidas e serão as mesmas cobranças…claro está que não se pode comparar o legado, ou seja, os países.
Mas, ultrapassando o lado político, não se pode deixar de falar do lado do glamour, do frescor, dos sorrisos, dos ‘Hi, darling’ do meeting frívolo, mas que move multidões.Ah…os mais aplaudidos: Os Clinton’s , claro, mais para o lado da Hilary e seu lindo casco azul ( sim, a malta com o frio que estava…foi um desfile de casacos, apenas, ahhh e de cachecóis) e para ele apenas ficou provado que uma mancha no vestido alheio , afinal de contas, ainda recebe aplausos ( ups , que mazinha ); as lindíssimas da festa foram , sem dúvida nenhuma, as filhas do Obama ( Oby, para os íntimos) que desfilaram o seu colorido e o orriso de orgulho que fez falta ao Bush com ar de lamento; a figura mais, digamos…olha, foi a Aretha Franklin e o seu ‘chapéu’ ! De resto uma ou outra figura que optou por casacos de outra cor além do monótono preto, aliás como a própria primeira dama que usou uma cor…bem…acho que era verde limão e o estilista sendo cubano, acho que só faltava a tequila!

Enfim, a entrada serena do poderoso…Oby!

Delírio de milhões de mãos que acenavam a uma distância de kilometros e que fez com que eu voltasse a pensar nas expectativas através das palavras do seu discurso mais ‘polite’ do que os proferidos durante a campanha para sua eleição. Ora, no final emocionou e isso é o que importa numa festa!

E vamos almoçar que a ementa parecia interessante! Lagostas, camarão, vinho californiano, tema da festa: coisas do Lincoln.

Mais detalhes podem ver e até copiar a ementa para uma ‘festinha’ da vossa parte! Ah…sou convidada, sim?


http://www.inaugural.senate.gov./

Parafraseando um comentarista:

Acho que isso é do meu amigo Marx:

‘’A história se repete como farsa e a história acontece como tragédia’’


(mas eu cá tenho a impressão de 'isso' é do F. Hegel...)

domingo, janeiro 18, 2009

Preguiça...

Inimiga nº um do início do ano: a preguiça! Mas como não desfrutá-la com este frio e chuva incessantes e que nos faz almejar um resquicio de sol primaveril e melhor ainda: onde anda o raio do verão? Literalmente, odeio o inverno: mão frias, pés frios, preguiça, muita roupa no corpo, calor artificial naaahhhh não combina nada comigo. Desta experiência de início de ano nestas condições, a única coisa que sabe bem é estar por debaixo do cobertor e de preferência...bem acompanhada! E para colocar este cenário mais bélico comigo mesma...o raio da dieta não há meio de aparecer a tal força de vontade, bem...vontade há, mas força ... tá difícil! Nada melhor do que barras e barras de xiculate para 'curar' esta preguiça...nem imaginas o tão quanto é delicioso beber uma lata de leite condesado na cama a ler um bom livro...ahh...divinal...
A minha sorte é que a natureza 'ainda' está do meu lado e não me castiga por fazer estas minhas intempéries! Deve ser o meu feng shui corporal :-D
M... de inverno!! E a malta a curtir o calor e o carnaval na Bahia!!

quarta-feira, janeiro 07, 2009

Desejos para o tal 'novo' ano...

DESEJOS

Desejo a vocês...
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho.
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu.

Carlos Drummond de Andrade

domingo, janeiro 04, 2009

E ''prontos'' ...cá estamos em 2009!




Sim...e...?

Por onde começar quando o intuito é alterar uma vida por completo? Praticamente...como mudar mesmo de vida...

...por onde começar?

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Versão ...novos tempos!

Carlos Drummond de Andrade - Quadrilha - Original

Quadrilha

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou pra tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

quarta-feira, novembro 05, 2008

Pensando melhor...



Para confirmar a minha capacidade ambivalente, concluí ( por enquanto) que é melhor não mexer em equipa que está a ganhar, ou seja, penso que, vou continuar com as minhas ambivalências e com as minhas respectivas raízes nesta área. Não se trata de nenhum passo para trás, apenas vi tudo isso com outros olhos e 'penso eu de que' devo manter esta linha e , eventualmente, passear po outras...enfim...para variar, mais umas contradições para o meu currículum emocional.

Portanto, em fase de comemoração pela eleição do Obama ( vai haver festa no Pelourinho rsrs ) e por ter sido o mês de Novembro do ano passado que concluí o contrário disto. Lá vamos nós à procura do fim do arco íris!

terça-feira, novembro 13, 2007

RENOVAÇÃO

Ora bem...
Portanto, todavia e contudo...

Resolvi mudar e ficarei por uns tempos 'renovando-me' na 'casa' de férias e a entreter-me com as minhas 'ambivalênciaS':

http://www.ambivalencias.blogspot.com/


e ainda poderei estar por aqui :

www.jardim-zen.blogspot.com

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Manutenção

Manutenção...

Isso precisa de uma manutenção ! O raio do MSN resolveu 'sumir' com o meu grupo onde guardava as imagens aqui colocadas :-(

Ora bolas... e agora ?

Vou ter de ir aos saldos e tratar do assunto com novas imagens...

É por isso que n gosto desta revolução informática : se n vais ao lado, ficas lá atrás :-(

terça-feira, janeiro 17, 2006

Abandono...

Abandono...

Na verdade, não é bem isso...
Apenas falta de tempo no trabalho ( e desde qdo o trabalho é lugar para estarmos a 'blogar' e a usar a net do boss? ) e falta de net em casa ( clix é nix = népia ) .
Entretanto...
... e como ninguém fala em outra coisa além das presidenciais...

"Se você realmente deseja ter alguma coisa nesta vida, você deve trabalhar para consegui-la Agora, silêncio, que eu quero ouvir os números do Euromilhões...." - Homer Simpson

segunda-feira, outubro 31, 2005

Novembro...

Novembro...

VL não gosta do mês de Setembro e quanto ao mês de Novembro eu tenho as minhas reticências...
Novembro traz lembranças de um tempo no passado num 'mix' de alegrias e tristezas. Bem... para começar, um mês que começa com o dia 'agendado' com uma ida ao cemitério, não é nada emocionante, mas lembro-me de rir muito com a contradição de, sendo feriado, muitos apreciam ir para a Lagoa do Abaeté ( para quem não conhece: situa-se em Itapoã - Salvador-Bahia e é 'cantada' em verso e prosa pelos poetas ) tomar banho de água doce e apesar da sua areia branca circundante, as suas profundezas tragam corpos através da sua areia movediça e escura... E, num dia de prazer é revelada a dor através da perda onde a 'causa mortis' é a teimosia anual em continuarem a 'ir a banhos' desafiando este perigo. Se eu fosse ainda pequenina perguntaria: "Oh mãe, então no dia 1 de Novembro comemoramos os mortos da Lagoa? "
Novembro é ambivalente...
Uma grande amiga nasceu nesta data, mas aldrabou o BI e colocou a data de nascimento no dia 2 e por mais uma razão não gosto deste mês: Hoje, ela não está cá neste mundo para celebrar e eu chorarei eternamente por isso... Novembro foi o seu casamento, Novembro foi o início de um dos meus grandes relacionamentos, Novembro era quando eu viajava, impreterivelmente, para recarregar energias em Amaralina ( para quem não conhece: praia em Salvador - Bahia onde serão deixadas as minhas cinzas ) e envolver-me nos teus beijos...
Em Novembro vibrava qdo já tinha alcançado os 28 pontos necessários para não fazer recuperação da matéria ( para quem não sabe: fica sem saber ;-) é muito complicado explicar ) , Novembro praparávamos para as primeiras festas , iniciávamos o 'trabalho' para o bronze ou iniciávamos o 'trabalho' para a 'recuperação' das notas ... Novembro tinha como preocupação futura onde encontrar as melhores roupas brancas!
Novembro...
Hoje recordo-te com saudade neste 'mix' de alegria e tristeza...
Além disso, passei a rir das bruxas ! Também foi em Novembro que surgiu uma bruxa empoleirada em sua vassoura e tentou alcançar algo que por direito era meu... Caiu ! ;-) ( ok, eu confesso: derrubei-a )

sexta-feira, setembro 30, 2005

Carta nº 11

Carta nº 11 - by Jorge Bucay em " Cartas para Claudia "
Claudia:

« A felicidade consiste em permitir que tudo aquilo que sucede suceda. »

Escreveu-o Barry Srevens.
Agora escrevo-o eu...
Agora torno-o meu...
Agora é meu.

« A felicidade consiste ( sim ! ) em permitir que tudo aquilo que sucede suceda. »

segunda-feira, setembro 26, 2005

Cantico Negro

'Roubado' de alguém que faz parte de 'TUDO' ;-)

CÂNTICO NEGRO
José Régio
"Vem por aqui" -
dizem-me alguns com os olhos docesEstendendo-me os braços,e seguros de que seria bom que eu os ouvisseQuando me dizem:
"vem por aqui!"
Eu olho-os com os olhos lassos,(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:Criar desumanidade!Não acompanhar ninguém.Que eu vivo com o mesmo sem-à-vontadeCom que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí!
Só vou por onde me levam meus próprios passos...Se ao que busco saber nenhum de vós respondeisPor que me repetis:
"vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,Redemoinhar aos ventos,Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo,Foi só para desflorar florestas virgens,E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!O mais que faça não vale nada.
Como pois sereis vósQue me dareis impulsos, ferramentas e coragemPara eu derrubar os meus obstáculos?...Corre, nas vossas veias o sangue velho dos avós,E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos,
as torrentes,
os desertos...
Ide! Tendes estradas,Tendes jardins, tendes canteiros,Tendes pátria, tendes tetos,E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a,
como um facho,
a arder na noite escura,
E sinto espuma,
e sangue,
e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que me guiam
Mais ninguém !!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe; Mas eu, que nunca principio nem acabo,Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!Ninguém me peça definições!Ninguém me diga:
"vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou. É uma onda que se alevantou.É um átomo a mais que se animou...Não sei por onde vou,Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
"Cântico Negro", poema de José Régio, contido em POEMAS DE DEUS E DO DIABO, aborda a problemática do indivíduo que anseia por sua afirmação a partir da contestação da norma e do afastamento da vivência coletiva despersonalizadora.
O posicionamento rebelde do "eu" o conduz à afirmação de sua individualidade, partindo da contestação da norma coletiva, que se lhe oferece como um convite, até que, tendo estabelecido uma comparação entre os dois elementos opostos, em torno dos quais se desenvolve o texto - a individualidade e a coletividade —, culmina na decisão final de insubordinação à norma.
INTERPRETAÇÃO
1 Inicialmente, consideremos o título, composto por dois elementos: "cântico" e "negro". O primeiro deixa transparecer a idéia de hino em homenagem a um ente de natureza divina ou levado a esta categoria, e assim remete à lembrança dos cantos religiosos do Velho Testamento em louvor à divindade, dos quais sobressai o "Cântico dos Cânticos", atribuído ao rei Salomão; além do mais, o vocábulo "cântico", independentemente de ser entendido como poema, lembra voz, ato de falar. O segundo elemento pode ser interpretado como "escuro", "sombrio", "maldito", "condenado", e os dois últimos sentidos parecem ser os mais cabíveis ao texto em questão.
Ora, a qualidade de "negro" ("maldito", "condenado") não parece ser própria da natureza de "cântico" ("hino"), mas antes advém daquilo que é exaltado; assim, o título como que denuncia a natureza do poema; para que algo seja "maldito" ou "condenado", é preciso que seja encarado a partir da contestação ou negação de um preceito ou ponto de vista vigentes, livres de tal adjetivação. A significação geral do poema diz respeito, portanto, à exaltação de algo ao tempo em que contesta e nega valores vigentes.
2 A abertura da primeira estrofe ("Vem por aqui") tem, evidentemente, um tom imperativo; o verbo dizer ("dizem-me") empregado em seguida deixa que compreendamos a expressão destacada pelo travessão como uma norma a ser obe­decida enquanto a sua repetição em outros momentos do poema (4º e 17º versos: 'Vem por aqui") define o seu caráter de fórmula pronta e acabada que se oferece impositivamente ao "eu".
A indeterminação do sujeito, contida na forma verbal ("dizem—...") e reforçada com o emprego do indefinido ("alguns"), faz-nos pensar em elementos sem definição individual, que têm como ponto comum e objetivo o "Vem por aqui"; em verdade, a norma é o dado concreto no que toca ao sujeito indeterminado, como se todos se tivessem esfumado e diluído como individualidades; outrossim, a pluralidade de "alguns" revela um sentido coletivo; a norma existe enquanto aceita e mantida pela coletividade, que por sua vez baseia sua existência na normatividade, isto é, norma e coletividade mantêm uma relação de dependência recíproca. Por outro lado, a função de objeto exercida pela primeira pessoa deixa-nos entrever que a subordinação à ordem estabelecida pela normatividade coletiva anula a individualidade.
A norma configura-se um convite persuasivo e aliciante, em decorrência do modo como é apresentada ("com olhos doces" — 1º verso) e uma proposta de participação e convivência ("Estendendo-me os braços," — 2º verso). A segurança pressentida na coletividade ("e seguros" — 2º verso) é acompanhada da expectativa de adesão e da dúvida quanto à validade da obediência ("De que seria bom que eu os ouvisse" – 3º verso).
Ao convite à aceitação da norma coletiva, que aparece nos quatro primeiros versos, nos quais verbalização e comportamento se conjugam, segue-se a resposta da primeira pessoa na atitude de enervamento e indiferença ("Eu olho-os com olhos lassos" — 5º verso), ironia e crítica, em "(Há, nos meus, olhos, ironias e cansaços)" — 6º verso, negativa da convivência ("E cruzo os braços" — 7º verso) e de insubordinação e afastamento da norma ("E nunca vou por ali..." — 8º verso).
Contudo, a atitude rebelde do "eu" é assumida a partir do modo de agir da coletividade; contrapondo "olhos lassos" (5º verso) a "olhos doces" (1º verso), e "E cruzo os braços" (7º verso) a "Estendendo-me os braços" (2º verso) e "nunca vou por ali" (8º verso) a "vem por aqui'" (1º e 4º versos), o "eu" revela que seus estímulos não são buscados no íntimo de sua natureza, uma vez que são encontrados no comportamento coletivo, transparecendo assim que sua atitude contrária aos outros, em essência, consiste apenas em não ser os outros.
3 O "eu" justifica a opção "nunca vou por ali" na definição e imposição do seu caráter individual, desde o 9º verso, onde "minha glória" anuncia e exalta uma natureza cuja existência exige a não participação no coletivo ("Criar desumanidade / Não acompanhar ninguém." – 10º e 11º versos), até o final da quarta estrofe.
Negando-se à diluição de sua individualidade no seio da vivência coletiva, o "eu" pretende um programa existencial não orientado pela norma vigente, mas, antes guiado por impulsos que preexistem ao próprio ser (" - Que eu vivo com o mesmo sem-vontade / Com que rasguei o ventre a minha Mãe." – 12º e 13º versos).
A obediência aos impulsos interiores é reiterada ao longo do poema, onde cada metáfora como que aprofunda ou acrescenta novas nuanças. Assim é que em "Só vou por onde / Me levam meus próprios passos..." (14º e 15º versos) a oposição não se esgota ao nível da norma vs impulsos, mas se amplia conhecido vs desconhecido. Ora, vendo-se na norma o princípio disciplinador da vivência coletiva, a obediência a forças incoercíveis (do 12º ao 15º verso) amplifica o caráter contrário do "eu" em relação à coletividade, através da antinomia razão vs instintos. Porém, a insubordinação à norma quando revelada nos versos citados tem um caráter ambíguo: insubmisso à regra, como produto da razão coletiva, o "eu" torna-se sujeito aos impulsos, passando à condição de objeto de seus instintos ("Me levam meus próprios passos..." — 15º verso).
Pretendendo confirmar sua decisão pela obediência aos impulsos, o sujeito afirma "Prefiro escorregar nos becos lamacentos" (18º verso) e "Como farrapos, arrastar os pés sangrentos" (20º verso), como que tendo consciência da virtualidade de dificuldades, graças à singularidade de sua experiência que não lhe permite apoiar-se em vivências alheias, numa disposição viril de enfrentamento da opção. Todavia, a ambigüidade das expressões usadas pelo "eu" deixa admitir outras interpretações; assim, os próprios vocábulos selecionados na composição do 18º verso lembram riscos, quedas, profundidade, metaforicamente remetendo ao mundo interior; por sua vez, o 20º verso tem toda uma significação de desgaste, de aspectos negativos; desta forma, o sentido desses versos está não só ligado à sondagem interior, mas pode ser associado aos resultados negativos da obediência aos instintos.
Dentro de uma perspectiva individualista, capaz de conduzir o discurso poético ao emprego enfático de "meus próprios...", repetidamente ("meus próprios passos" – 15º verso, "meus próprios pés" – 24º verso), o "eu" PREFERE "Redemoinhar aos ventos" (19º verso), explicitando que a natureza de seu programa de vida não é apenas inspirada em forças subjetivas e transcendentes, mas também voltada centripetamente para si mesmo.
A consciência individual comporta, porém, a compreensão de duas dimensões: a do "eu" e a dimensão do mundo onde se coloca ("Se vim ao mundo" — 22º verso). O vir ao mundo, significando viver, é interpretado metaforicamente como "desflorar florestas virgens" (23º verso) e "desenhar meus próprios pés na areia inexplorada" (24º verso), insistindo na unicidade existencial do sujeito, que deve construir sua existência imprimindo-lhe um cunho particular. Entretanto "meus próprios pés" retoma a idéia de ir "por onde me levam meus próprios passos", que, como já vimos, é a expressão da sujeição aos impulsos; sendo assim do ponto de vista do "eu", a razão e a vontade são encaradas como incapazes de criar novas perspectivas existenciais, cabendo às forças incoercíveis esta possibilidade de criar novos rumos ("florestas virgens" e "areia inexplorada"), reiterando a antinomia razão vs impulsos.
"Se ao que busco saber nenhum de vós responde" (16º verso) evidencia a incompatibilidade entre coletivo e consciência individual, em razão da certeza de que sua significação existencial como indivíduo não está na vivência coletiva, que, no entanto, se configura uma programação pronta que lhe é insistentemente oferecida, a ponto de gerar o estranhamento presente em "Por que me repetis: vem por aqui?" (l 7º verso)
A presença impositiva da coletividade é de tal porte que é diante dela que o "eu" se insubordina, pretende tornar-se independente, tentando afirmar-se como indivíduo a partir da dualidade outros vs "eu", e não partindo inicialmente de sua própria natureza ímpar: este conflito traduz-se em repetidas ocasiões no texto, como por exemplo quando o sujeito se dirige a “Vós" (16º, 17º, 26º, e outros versos) como que se definindo diante de um interlocutor coletivo, como se precisasse desses ouvintes de sua insubordinação e afirmação individual para alcançar a veemência necessária; a negativa repetida ("E nunca vou por ali..." –8º verso, "Não acompanhar ninguém," – 11º verso) e enfática em "Não, não vou por aí" (14º verso) demonstra um esforço em direção à imposição da sua unicidade a partir do distanciamento da convivência regida pela norma ("aí", "ali" indicam a visão à distância do "aqui" coletivo), entretanto em todos esses momentos a atenção continua voltada para o objeto de sua crítica e contestação como se a ele estivesse presa: podemos concluir, pois, que se a norma e a coletividade fossem realmente indiferentes ao "eu" não seriam capazes de provocar ironia, crítica, insubordinação.
4 O questionamento crítico que aparece nos três primeiros versos da quinta estrofe introduz a comparação entre os outros ('Vós") e o "eu", que ressalta a incompatibilidade entre esses elementos. A coletividade é acusada de compromisso com o passado ("Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós", — 29º verso) e de acomodação em face da tradição ("E vós amais o que é fácil!" — 30º verso), enquanto o "eu" está voltado para o absoluto, o metafísico ("Eu amo o Longe e a Miragem," — 31º verso) e para a sondagem interior, para o desafiador ("Amo os abismos, as torrentes, os desertos..." — 32º verso).
Por seu turno, a citação dos elementos componentes do universo e do espírito da coletividade, do 33º ao 36º verso, define o caráter relativo e extrínseco dos valores existenciais, numa evidente oposição a "Loucura", como elemento metafísico, e "espuma, e sangue, e cânticos nos lábios..." — expressões do interesse pelo absoluto e pelos impulsos e valores intrínsecos, estabelecendo, assim, uma nova antinomia: relativo vs absoluto.
5 Em "Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém." (40º verso) o significado do experienciar é colocado mais uma vez num plano metafísico; "Deus e o Diabo", forças indestrutíveis e absolutas, significando Bem e Mal, são anteriores a "regras", "tratados," "filósofos", "sábios", etc. que se constituíram na tentativa de aceitar uma (Bem -"Deus") e excluir, ou talvez simplesmente disciplinar, a outra (Mal — "Diabo"); tentativa esta que se revela inútil pois essas entidades (Deus, Diabo) coexistem, apesar de serem contrárias. A aceitação de forças absolutas como guias existenciais reitera a precariedade dos valores relativos aceitos pela coletividade ("pátrias", "tectos", "regras", etc.). Por sua vez os elementos "pai" e "mãe" (41º verso), como transmissores da vida e tradição, têm o seu caráter físico e relativo ressaltado graças aos versos seguintes (42º e 43º versos). A ambigüidade de "Mas eu, que nunca principio nem acabo, / Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo" (42º e 43º versos) leva-nos a pensar em um primeiro momento na oposição que aí se estabelece em relação a ter nascido de "pai" e "mãe"; ora, o "eu" como ser humano também provém de pai e mãe, portanto o entendimento não pode ser esgotado neste nível; outra idéia nos ocorre quando levamos em conta o "eu", nascido de "Deus" e do "Diabo", como síntese desses elementos contrários, por conseguinte guardando características de ambos, revela-se como algo novo, cuja natureza opositiva em relação ao velho é uma constante. Outrossim, a sétima estrofe amplifica a antinomia relativo vs absoluto de modo a fornecer a expressão mais veemente da dimensão do indivíduo, cujas natureza e existências são regidas por forças transcendentes, capazes de gerar impulsos da maior nobreza ("Deus") e da maior velhacaria ("Diabo")
O conhecimento e a aceitação de forças absolutas como impulsionadoras do existir conduzem o "eu" à decisão final por uma experiência de vida cujo caráter individual é impossível de ser cerceado ("A minha vida é um vendaval que se soltou. / É uma onda que se alevantou. / É um átomo a mais que se animou..." -do 47º ao 49º verso), e é intransferível ("Ninguém me peça definições '." — 45º verso), retomando assim sua insubordinação à norma coletiva na verbalização — "Sei que não vou por aí!" (52º verso).
CONCLUSÃO
O processo evidenciado em todo o poema resulta da incompatibilidade entre vivência coletiva e consciência individual, e seus valores respectivos, como atitudes existenciais que coexistem, mas que se excluem

segunda-feira, setembro 19, 2005

"Tudo o que é reto mente. Toda verdade é sinuosa. O próprio tempo é um círculo."(F. Nietzsche)


Lembrei-me dos bons tempos de conversas no fórum do Sapo... da Leonor e os seus clones a 'brigarem' pelo Nietzsche , pelo Dostoievski e tantos outros...

Já não há Fóruns a 100%... vivemos cada um no seu espaço... no seu blog... no seu fotolog... no seu 'journal' e agora nos vlogs...

A administração já não é a mesma...

segunda-feira, setembro 12, 2005

Magnitudes...

Após a Independência no dia 7 de Setembro, nem tudo tornou-se independente...
Apetece-me escrever:
'magnitude' o caraças...
EU estou aqui onde deveria estar
EU estou assim, como não deveria estar,
portanto...
Prozac, sff
on the rocks

segunda-feira, agosto 29, 2005

De afrodisíacos
Adélia Prado
Tenho um pouco de pudor de contar, mas só um pouco, porque sei que vou acabar contando mesmo. É porque lá em casa a gente não podia falar nem diabo, que levava sabão, quanto mais... ah, no fim eu falo. Coisa do Teodoro, ele quem me contou, você sabe, marido depois de um certo tempo de casamento fala certas coisas com a mulher. O seu não fala? Pois é, e de novo tem um tempão que aconteceu. Lembra aquela história dos queijos? Igual. Demorou um par de anos pra me contar. O pessoal dele é assim, sem pressa. Tem uma história deles lá, que o pai dele, meu sogro, esperou 52 anos pra relatar. Diz ele que esperou os protagonistas morrerem. Tem condição? Mas o Teodoro — foi quando a gente mudou pra casa nova — teve de ir nas Goiabeiras tratar um marceneiro e passou, pra aproveitar, na casa da tia dele, a Carlina do Afonso, e encontrou lá o Gomide. Tou encompridando, acho que é só por medo do fim, mas agora já comecei, então. Então, diz o Teodoro, que o Gomide tirou do bolso do paletó uma trouxinha de palha de milho, cortadas elas todas iguaizinhas e amarradas com uma embirinha da mesma palha. Escolheu, escolheu, pegou uma bem lisa e bem branquinha, tirou o canivete do outro bolso, lambeu a palha pra lá, pra cá, e ficou um tempão lhe passando firme a lâmina, do meio pras pontas, de ponta a ponta, entremeando com lambidas. Depois, ainda segurando a palha entre os dedos, foi a hora de tirar e picar o fumo de rolo bem fininho. Ia picando e pondo na concha da mão. Acabou, guardou o rolo e ficou socavando o fumo na mão com a ponta do canivete. Depois pegou a palha, mais uma lambida e foi pondo nela o fumo, espalhando ele por igual na canaleta formada, pressionando bem pra ficar bem firme. Deu mais uma lambida na parte mais próxima do fumo e com os polegares e indicadores foi enrolando o cigarro devagarinho, uma enrolada e uma lambida, uma enrolada e uma lambida. Com o canivete dobrou uma das pontas para o fumo não escapar, tirou a binga do bolso, acendeu e pegou a pitar. Agora é que vem, ai, ai. Teodoro falou que o tempo todo da operação ele não despregava o olho daquilo. Disse que nem sabe o que tia Carlina arengava, só punha sentido no Gomide fazendo o pito. Diz ele que foi uma coisa tão esquisita — esquisita, não —, tão encantada que ele ficou de pau duro. É isso. Falou também que ficou doido pra sair dali, comprar palha, fumo de rolo e repetir tudo igualzinho ao Gomide. Eu entendo. Quando conheci o Teodoro, ele fumava e eu achava muito emocionante. Tenho muita saudade de quando não existia essa amolação de cigarro dar câncer, nem de mulher ser magra. A gente tinha mais tempo para o que precisa, não é mesmo? Será que faz mal mesmo? Colesterol, depois de tanto barulho, estão falando que já tem do bom. Qualquer dia vou pedir ao Teodoro pra dar uma fumadinha, só pra fazer tipo.
Texto extraído do livro "Filandras", Editora Record - Rio de Janeiro, 2001, pág. 53.

terça-feira, agosto 23, 2005

Tudo sem um todo...



De que vale TUDO sem um todo ?
O conceito de tudo pode abranger um espaço meu que difere do teu...

Ser todo(a) teu(tua)
não é(será) necessariamente
ter tudo...
falta
estar todo...
completamente...



...portanto...

não teremos tudo...
...esperamos ter todo o contexto
para que nos seja permitido
TUDO


[ ora bolas, que conversa mais inexorável... ]

Freedom

Liberdade...
Querer estar
e não, necessariamente, ir para.
Provavelmente, sair de.
Tipo: não procurar e simplesmente encontrar...
Contraditório...
Ambivalente... ( claro ! )
Oportunidade de [se] permitir
de esquecer prioridades
de ousar à primeira percepção...
Qual fenomenologias...

terça-feira, agosto 09, 2005





...não se sabe as razões, apenas há um mistério à volta deste fenómeno antigo: a mala das mulheres...um enigma para os homens...uma salvação para as mulheres... ali encontramos tudo, mas nem todos conseguem ter acesso...lembro-me que qdo tinha os meus 14 anos e perguntavam-me o que tinha na mala respondia sempre: estou pronta para viajar para a Grécia...sabe-se lá porque eu respondia isso...mas sentia-me segura e pronta para qualquer intempérie e nunca duvidei que poderia de facto ir parar à Grécia a qualquer instante...nada detém o poder da mala feminina...o seu conteúdo é pessoal e os seus itens de valor incalculável...sinto-me nua sem aquele conteúdo...conteúdo?...ops...nem sequer sei o que realmente lá dentro se encontra...apenas sei que está lá...e isso conforta-me...

segunda-feira, agosto 08, 2005

Rebirth


Diz Alexander Lowen:


O comportamento natural do ser humano é estar aberto à vida e ao amor. Entretanto, a nossa cultura fez-nos acreditar que não é assim, que devemos estar fechados e desconfiados. Pensamos que, ao agir desta maneira, não seremos feridos pelas surpresas da vida - mas, na verdade, o que acontece é que não estamos a aproveitar nada.

terça-feira, agosto 02, 2005



RESET ........

segunda-feira, maio 30, 2005

Copy Paste imperdível...

Amar não acaba - Frederico Lourenço
Parte 2 - 'prenda' de um grande amigo de sempre...


Amar não acaba é uma crónica pessoal sobre a adolescência, na qual Frederico Lourenço rememora, numa mistura desarmante de candura e humor, a descoberta da sexualidade e o consequente reajuste interior do papel da fé católica, as complexas relações familiares, a escolaridade feita por conta própria fora da escola, as primeiras grandes paixões musicais e a influência de Lanza del Vasto.

À medida que o tempo passa, a vida parece-me ir adquirindo os contornos esfumados do Embarque para Citera pintado por Watteau, paisagem feérica povoada de figuras irreais à espera do amor, como que saídas das páginas de um pequeno Saint-Simon do sentimento, cronista da emoção e de mim próprio.

Imprensa
“Uma pequena pérola ‘proustiana’, com um sopro de Clarice Lispector no título, para contar infância e adolescência em pequenos folhetins, com uma elegância exacta que já não se usa. Do pícaro avô da marinha mercante ao devaneio ‘hare krishna’, da descoberta da (homo)sexualidade à interrogação da igreja, passando pela Figueira da Foz (mas o que é que as pessoas da Figueira têm?), por Sintra e por São Carlos (Wagner, os bailarinos da CNB, Mara Zampieri). Abre-se para espreitar e de repente acaba. Difícil é não o ler.” Alexandra Lucas Coelho, Público

“Percursos iniciáticos, contados na primeira pessoa, por um especialista em cultura clássica, tradutor de Homero, além de outras surpresas. A descoberta da sexualidade, da espiritualidade hindu (rapidamente esquecida), da morte, da música e da amizade, num breve texto de extraordinárias delicadeza e ironia, criando um novo espaço de excepção no nosso panorama literário”. Expresso

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Frederico Lourenço nasceu em Lisboa, em 1963. Licenciou-se, em 1988, em Línguas e Literaturas Clássicas na Universidade de Lisboa, onde se viria a doutorar (1999) com uma tese sobre os cantos líricos de Eurípides. É membro do corpo docente da Faculdade de Letras desde 1990. Além do estudo da poesia grega, tem-se dedicado à exegese da obra de Platão e Camões. Colaborou com a Cinemateca Portuguesa na elaboração de textos sobre cinema e na feitura de vários catálogos. Publicou ensaios de crítica literária nas revistas "Journal of Hellenic Studies", "Classical Quarterly", "Euphrosyne", "Humanitas" e "Colóquio-Letras". Foi colaborador dos jornais Independente, Expresso, Público e, presentemente, da revista "Os Meus Livros". Traduziu também duas tragédias de Eurípides, Hipólito e Íon.
Publicou nos Livros Cotovia a trilogia de romances Pode um Desejo Imenso, O Curso das Estrelas e À Beira do Mundo, obras pelas quais foi distinguido com o prémio PEN Clube 2002. Em Maio de 2003, saiu a tradução em verso da Odisseia homérica, que ganhou o prestigiado Prémio D. Diniz da Casa de Mateus, assim como o Grande Prémio de Tradução - APT (Assoc. Port TRAD)/ PEN Clube 2003.
Actualmente, traduziu a Ilíada homérica, também em verso.

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Mas o motivo de falar deste livro... é tambem falar desta interessante entrevista que Fredericou Lourenço deu ao jornal Diário de Noticias de 12 de Dezembro de 2004.
Vale a pena a ler... e reflectir...

A ideia de amor ou o tapete mágico da imortalidade
Toda a sua obra tem-se construído sob o signo do amor. Amar não Acaba, acabado de publicar, a trilogia romanesca e muitos dos ensaios da Grécia Revisitada passam por aí. Como relaciona o amor com a felicidade?


Fazer do amor um assunto académico e universitário foi difícil. Falar dele num contexto romanesco, de ficção e de escrita criativa talvez seja normal, mas, em Grécia Revisitada tudo o que escrevi sobre Platão, o Banquete e Fedro, e mesmo sobre a tragédia, dir-se-ia uma tentativa de compreensão da mecânica amorosa, das emoções. É um tema que me obceca, talvez por sentir que aí está a chave da felicidade, não possível sem o amor.

Mas o amor é um caminho árduo...

Que tem de ser descoberto, devemos tentar abrir janelas como se o amor fosse o dia e nós estivéssemos às escuras. Mesmo o título deste último livro, Amar não Acaba, passa por aí. Mas este processo criativo foi irracional. Há, de facto, essa continuidade da temática amorosa, até quando penso em romances futuros. Tudo gira em torno de uma arqueologia das emoções.

Não deixa de abordar a intangibilidade da felicidade...

Todos nós temos momentos de felicidade, mas ela não é possível no sentido de uma beatitude total, de continuidade. Os gregos reuniam muitas coisas no conceito de felicidade, o amor não. A palavra que em grego significa felicidade é sinónima da que quer dizer riqueza. Para mim, felicidade sem amor não pode existir e este pode impor-se mesmo quando não está a acontecer no caso de um amor que venha de trás, ou que projectamos para a frente.

É uma Ítaca, o amor?

Sim, uma Ítaca, ou uma ideia de Deus. Sinto na minha vida o amor de Deus, se bem que não o mereça.

Sente esse amor como uma graça?

Sim, no sentido de ser algo inexplicável. Não entendo por que razão sinto a minha vida tão preenchida, tão acompanhada por essa presença divina. Mas sinto-a, muito.

Como liga essa presença divina ao estigma da caducidade a que o amor está associado, como diz Clarice Lispector?

Essa frase é talvez a única do livro perante a qual me interrogo. Será que a deveria ter reformulado? É Clarice quem diz amar não acaba...

Amar não acaba, mas o amor pode acabar. O amor, sobretudo o amor/paixão, não insere em si a perda?

Na minha experiência pessoal, nunca deixei de gostar das pessoas que foram importantes para mim. As relações foram evoluindo num sentido diferente. Tudo na vida está sujeito ao estigma da caducidade, só amar não acaba, não é? O amor dir-se-ia esse tapete mágico da imortalidade, ideia que pode aparecer em Platão, como uma força especial que nos pode levar do mundo sensível para o mundo inteligível. O caminho da transcendência, do divino, está nele também.

E há ou não o Grande Amor na acepção de Safo (como experiência cíclica, repetiva), o tal engano que a poesia greco-romana explorou?

Isso dava um romance. É difícil distinguir o que os gregos querem dizer, porque em grego eros quer dizer amor e sexo. Os autores gregos quando falam do amor e da paixão não se estão a referir à descoberta da pessoa certa. Fascinou-me no Banquete a ideia da procura da cara-metade por não se tratar de uma ideia profundamente grega que encontre eco no resto da literatura. Pode até ser interpretada como tendo sido apresentada por Platão a título paródico. Há quem considere o discurso de Aristófanes cómico e não será por acaso que o terá posto na boca de um comediógrafo. Mas é mais a partir dessa concepção, a da procura da outra metade, da associação da felicidade à plenitude quando encontramos a pessoa certa que amor e felicidade se juntam no ideário grego. No fundo, é só aí, como digo em Grécia Revisitada, porque no próprio Banquete Platão oscila entre as duas ideias do amor a acepção pré-romântica de Aristófanes e a do interesse sexual por outra pessoa.

Já o mito de Tristão dir-se-ia essa espécie de febre maligna que o lirismo ocidental cantou...

Trata-se do amor que só atinge a plenitude na morte. Tristão e Isolda é o mito por excelência do amor--morte eros, tânatos. Também não é uma ideia muito grega, nem que venha ao encontro da minha sensibilidade, embora seja fascinante. O que mais me interessa nesse mito é a pessoa por amor ser capaz de deitar tudo a perder. Foco esse tema de uma forma mais modesta em O Curso das Estrelas, quando Nuno e Concha estão na Capela da Arrábida. Nuno tem essa sensação de que seria capaz de pôr tudo em causa em prol dessa ilusão de amor. Só anos mais tarde, no À Beira do Mundo, se concretiza.

Aí pressente-se, não diria uma angústia metafísica, mas uma inquietação. Falamos de fé e não de religião?

Vejo o mundo com misticismo. Mas, tem razão, falo muito mais de fé do que de religião.

Existe uma ligação à transcendência que atravessa a sua obra, mas associada a uma desintegração da religião na qual foi educado, ou não?

Sim e não. Raramente vou à missa, mas passo muitas vezes por igrejas onde fico a rezar. Tenho, de facto, uma vivência da religião que está desadequada da convenção, da hierarquia, porque a minha sexualidade está em conflito com a maneira católica de a entender. O catolicismo tem muito a progredir nesse campo, embora seja mais aberto do que o cristianismo ortodoxo. Este último vê a homossexualidade como algo satânico. Condenação imediata ao inferno!

Viveu esse conflito, esse choque entre religião e sexo?

Ah, sim, eu adoraria ser católico praticante, ir à missa senão todos os dias, pelo menos uma vez por semana. A maior parte das pessoas que sai da Igreja é por falta de fé. Deixa de se acreditar. Nunca passei por isso. Vou envelhecendo e a fé vai-se consolidando.

Talvez por isso lhe tenha interessado explorar no romance a espiritualidade das relações interpessoais?

Isso interessa-me muito, as emoções, tentar cartografar como as pessoas sentem. Esse é o meu lado de psicólogo, de psicanalista que procura dar, ao mesmo tempo, uma dimensão espiritual.

Se Pausânias, no seu discurso, inclui o tema do amor celeste, exclusivamente homossexual, e considerando Aristófanes a heterossexualidade e a homossexualidade como igualmente naturais, não é só a questão da sexualidade que está em causa?

Claro que não, mas estamos a falar de sexo e de género. Pausânias, ao dizer que há um amor elevado e outro rasteiro, exclui a heterossexualidade dessa dimensão.

Mas essa não é a sua conclusão?

Não, a minha não, mas Platão tenta dizer que a prática verdadeira da filosofia é incompatível com a vida convencional. Todos os seres humanos são grávidos, uns do corpo, os que têm filhos, e os da alma, os homossexuais, que não constituem descendência. Diz depois que da gravidez da alma nascem a filosofia, os grandes poemas... Há uma tentativa de ver as coisas a preto e branco, uma falha a meu ver.

Muito misógina...

Sem dúvida. A cultura grega era misógina.

Há uma ligação entre a concepção helénica de beleza, de que fala em Deleite Estético, e o seu Pode Um Desejo Imenso. Amar também é ver?

Nuno age, perante a beleza de Filipe, como se ele fosse um objecto estético. Na história de Nuno e Vicente, que acaba no À Beira do Mundo, não é assim. Não será tanto a questão do ver que importa. Filipe, por outro lado, já está desfigurado pela doença, o que demonstra a escada do amor platónico. Nuno começa por se fascinar perante a beleza de Filipe, este vai ficando desfigurado, mas amar não acaba.

Faz todo o sentido ligar-se a experiência amorosa da sua trilogia ao Banquete, de Platão...

Claro que faz, sobretudo quanto à escada do amor. No Pode Um Desejo Imenso, pus esta questão na boca de várias personagens. Trata-se de uma caminhada em que a verdadeira beleza não é a física, mas a anímica, a da alma.

Este último livro, centrado na adolescência, embora escrito depois, dir-se-ia um embrião da trilogia...

Talvez porque seja natural, para os leitores, confundir Nuno Galvão com Frederico Lourenço. No fundo, o Frederico do Amar não Acaba pode ser o Nuno adolescente.

Detém-se neste seu livro também na descoberta e vivência da sexualidade, em particular da homossexualidade. Ainda existem guetos para ela? Como é a condição do homossexual?

Nunca senti a minha liberdade coarctada, mas não sou a melhor pessoa para falar nisso. Vivo, no quotidiano, num ambiente quase cem por cento heterossexual.

Não estou a falar de lobbies, mas de guetos... Da exclusão.

Sim, isso sim, há pessoas que sofrem por serem excluídas do mundo heterossexual, eu não. Se trabalhasse num banco, ou na tropa, talvez fosse diferente. Na Universidade, nunca o senti. Mas sei que existe esse tipo de discriminação. Sou, de alguma forma, um privilegiado, familiar e profissionalmente.

Sente-se excluído da Igreja Católica?

A Igreja Católica não entende a homossexualidade, como a sociedade e a própria comunicação social. Há ideias estereotipadas. Um pai e uma mãe têm de lidar com esse estigma porque foram educados no preconceito. Nos países do norte da Europa, nas cidades é uma coisa, nas aldeias outra. Em Munique, os casais andam de mão dada, numa aldeola dos Alpes bávaros não. Não acredito que a sociedade alguma vez mude radicalmente.

Os seus últimos anos foram dedicados a Homero. Traduziu a Odisseia, está a traduzir a Ilíada. Homero eclipsa-se, no entanto, dele pouco se sabe, enquanto Ulisses simboliza a condição humana...

O mais interessante não é saber quem foi Homero, mas o texto. Dediquei os meus últimos anos a Homero e farei ainda um comentário à Odisseia, canto a canto, após a tradução da Ilíada, mas o texto poético da Odisseia é tão arrebatador que não tem de se explicar tudo. Funciona como poema que não foi concebido para ser estudado e lido à lupa como fazemos hoje. Continua a ter essa força.

No fundo, está lá tudo, a dor, o luto, a memória, o sofrimento, a ausência...

O amor, as relações familiares, a viagem. Talvez a Ilíada seja um poema mais profundo do ponto de vista da tragicidade da vida humana. E Homero, como corifeu da tragédia, tem essa dimensão, a da caducidade da vida. O desdém dos deuses pelos homens é impressionante. Diz um deus a outro que, de todas as coisas que rastejam sobre a Terra, nenhuma é mais abjecta do que o ser humano, porque tenta imitar esse lado divino. A ideia de que há uma centelha divina nos seres humanos diz-me muito.

Na Ilíada há uma maior dramaticidade do que na Odisseia, par a par com a faceta bélica?

Ambos os poemas são dramáticos, mas a Ilíada talvez seja um pouco mais; diria mesmo trágica. É mais densa, mais profunda e abrange muitas áreas da vida humana. Caminha para o lado mais escuro, o da vida tendo como fim a morte.

Temos falado de sentimentos. Acha que o seu processo de manifestação muda da Odisseia para a Ilíada?

Os sentimentos da Ilíada são mais avassaladores, mais profundos, talvez porque a morte esteja presente em tudo. Não que isso não aconteça na Odisseia, porque culmina com a carnificina dos pretendentes por parte de Ulisses, mas aqui a morte é mais cinematográfica. Na Ilíada, a morte dá a tónica à vida, à relação entre marido e mulher, pai e filho, entre amigos... É o elo, aquilo que define os sentimentos.

Como encara o acto de traduzir? Há um lado técnico, que supera uma poética, ou não? Como concilia técnica e arte?

Na tradução de Homero, o mais importante é a técnica, porque tem de haver uma coerência e uma consistência muito grandes na linguagem. Inventei uma dicção em português para imitar a dicção homérica na Odisseia. Na Ilíada, segui o mesmo caminho. Tenho pouca liberdade, porque devo obedecer às regras que eu próprio inventei. Gostaria que quem não tem possibilidade de ler Homero na língua original estivesse na tradução portuguesa o mais perto possível do texto em grego. Isso não tem a ver com inspiração. Depois há o lado mais irracional, a musicalidade das palavras.

Frederico Lourenço é um ficcionista, não um poeta. Não sente a ausência desse lado quando está a traduzir?

Quando estou a traduzir Homero sou um poeta. Um poeta para essa finalidade. Um helenista e um poeta, sou um pouco o autor-poeta da tradução da Odisseia e da Ilíada.

Então não há uma oposição entre criador e tradutor? É como tocar um instrumento, tocou piano, toca cravo...

Tentei que essa oposição fosse a menor possível, que a poesia se sobrepusesse à disciplina, mas, como num instrumento, tem de haver a técnica e a arte. Não chegam a musicalidade e a inspiração. Aprendi muito com o piano e a música, sobretudo a ter capacidade de trabalho e disciplina.

Há um desejo de assimilação e de transformação no tradutor?

Pode existir essa tentação. A assimilação é necessária, tenho de interiorizar o texto homérico, para não fazer apenas uma tradução correcta. A transformação é a tentação de mudar alguma coisa. Isso é inevitável. Não emprego uma linguagem pseudoquinhentista, pseudocamoniana. Os meus modelos foram muito mais Sophia, Ruy Belo, Eugénio...

Que lugar ocupa a leitura na sua vida?

O número um. A leitura só dá prazer, a escrita dá muito sofrimento.

Que lhe agrada num escritor?

Tem de ter uma estética interessante. Se for português, que escreva a língua portuguesa de uma maneira que me dê esse prazer que sentimos quando ouvimos música. É difícil existir, num romance, uma história aliciante contada num português feio.

Viver é perigoso, escreveu, um dia, Virginia Woolf, escrever também, disse Clarice Lispector. Vida e escrita funde-as como?

Nessas duas autoras, a vida e a escrita não estão separadas, então em Clarice isso é evidente. Não a vida vivida por fora, mas por dentro. Clarice levou a língua portuguesa ao âmago das coisas. A escrita da Virginia é mais atenta ao que se passa ao nível da percepção exterior. Quanto a mim, vida e escrita fundo-as nos livros. Tenho dificuldade em escrever sobre coisas que não me interessam directamente. Só consigo trazer cá para fora o que está dentro de mim. Tenho de me pôr a mim próprio no centro. A minha vida e a minha escrita estão totalmente entretecidas.





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